terça-feira, 15 de julho de 2008

Sonho

O sol queima meu rosto, estava sentado sentindo a grama verde por entre meus dedos, sinto cada pequena variação nas folhas , um pequeno relevo uma leve mudança no movimento delas quase tudo é perceptível. Me deito a grama "pinica" minha nuca e sinto calafrios, mas não me movo, sinto a terra e cada pedacinho dela entre a grama linda e verde apesar do inverno.
O vento passa por mim como um carro de formula 1, não veloz, mas quase imperceptível apenas ouço o som dele ecoar nos meus ouvidos, eriçando meus pelos me trazendo uma sensação de calma que não seria possível descrever.
Ouço o mar ao longe quase que me delicio ouvindo o vento passar, o céu quase azul passa a mudar de uma forma impressionante me surpreendo como a natureza é capaz de mudar em questão de minutos.
O céu agora já não era azul e sim de um cinza, o vento agora se tornara frio, pingos de chuva caem sobre mim, deixando-me quase molhado...
Fico pensando como pode isso me fazer bem... grama chuva sol e mar, enquanto a pessoas que não valorizam aquilo que tem. Onde precisamos brigar para proteger aquilo que é nosso de direito.
Efeito estufa, desmatamento, seca, derretimento das calotas polares e tudo isso em nome do progresso, do crescimento vertical.
Noto que em pouco tempo fiquei encharcado mas não sinto vontade de me mover e a chuva continua caindo sobre mim, me viro e assumo a posição de feto... costas curvadas joelhos perto do peito. Me sinto protegido.
Em meus sonhos posso derrotar qualquer um que faça mal a quem amo, e a quem não quer o melhor para o bem da humanidade.
Mas são apenas sonhos a realidade está longe de poder bater em quem merece ser.
Quase me vejo entre as torres gêmeas que não estão destruídas, passando pelo Iraque sem ter medo de tomar um tiro pelos soldados iraquianos e norte americanos, de andar na rua sem medo de ser assaltado sequestrado, em meu sonho vejo pessoas felizes sem o alto índice de miséria (é meu sonho, mas não sou bobo de pensar que tudo que é mal se extinguirá), com emprego sorrindo por ver o filho entrando em um ensino superior podendo dar a sua família o que eles batalharam tanto para que o filho tivesse oportunidade.
Sinto uma mão me tocar, mas a sensação apesar de ser longe é acolhedora é quase como se me chamasse... Ao acordar não sinto a chuva ou a grama o barulho do mar já não é audível... apenas a voz do motorista do onibus dizendo: "Acorda rapaz, chegamos no ultimo ponto."