segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Lua

Sou majestosa por natureza
Invento noites e sou tímida
Meus segredos só a realeza sabe
Pois me escondo em mim.

Sou amante, sou cúmplice
Repartem comigo sonhos
Sou temperamental e simples
Me irrito com falsas declarações

Sou responsável, porém travessa
Juras de amor foram feitas sob meus olhos
Brigas ocorreram enquanto fantasiava o mar
Sou parte de tudo.

Sou alegre e entristeço-me facilmente
Compartilho do meu brilho com sorrisos
E entre as nuvens me escondo em lágrimas

Sou inicio, meio e fim.
Mesmo que só dure um mês.
Viverei nos corações daqueles
Que confiam em mim.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Chuva

Ele olha para o relógio quase suplicando que o horário da aula esteja em seu fim...

São 19:55.

Mais 25 minutos de uma tortura mental inenarravel ocasionada pelo seu professor de medidas I, os olhos começam lentamente a fechar e ele nota que a noite mal dormida está fazendo efeito em seu organismo. Seus olhos acompanham o movimento lábial do professor e seus ouvidos o ouvem, mas nada compreensível. Em um momento de deslize na fala do ditador ele vê a oportunidade de sair - enfim acontece um momento mágico - enquanto ele se levanta sorrateiramente a porta se abre com um majestoso movimento e se esgueirando em toda a sua pericia, completa o seu objetivo de sair sem ser percebido.
Ele caminha para saída do pavilhão a passos rápidos, mas gentis, com os fones no ouvido ele mal nota o trajeto feito.
O cansaço bate e ele olha pro céu, mas apenas vê chuva, por um momento ele tenta organizar seu raciocínio, mas se dá conta de que nada precisa ser organizado e aos olhares das pessoas na marquise ele é engolido pela chuva.
Já fora da instituição e a caminho de casa, reconhece a musica "Kt-Turnstall (The otherside of the world)", e ao ouvi-la cantar tudo se apresenta numa dimensão simples (como jogar Sonic).
A chuva não é mais intimidadora como minutos antes, mas continua firme como se despeja-se sobre ele toda sua onipotência, mas deixando clara que está ali como amiga.

O caminho da faculdade até em casa é perigoso para ser feito a noite, por isso grupos saem na mesma direção onde a ilusão de que seus integrantes irão se proteger. Mas hoje tudo parece paradoxal.

Não há medo, não há estrelas, não há conversas só ele e a chuva.

Ele sente a água por entre os cabelos e penetrando sobre sua blusa e calça ele nem por um momento pensa em sua mochila cheia de livros e anotações para apresentação do dia seguinte, tudo é apenas simbólico, sem falsas interpretações... é tudo verossímil.

A caminhada é curta, mas a chuva é devastadora, cada parte do seu corpo se sente limpa até mesmo seus pensamentos, e quando há poucos metros de casa ele para - já sem óculos, com o peito encharcado - e olha para cima, por um breve momento a lua sai de dentro da nebulosidade maléfica que a cobria. Por conseguinte tudo sorri.

E ele sabe que nessa noite - mesmo que seja só ela - ele vai poder...



...dormir.


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

She's out of my league

Tá ai um assunto que tomou conta da minha infância durante muito tempo e que agora vem um filme me lembrar (que por coincidência o nome do filme é o titulo desse texto... Sempre regado a frases "você não acha que ela é areia demais pro seu caminhãozinho?" ou " Ela é um nove você não pega uma nove?"

Pelo pouco que eu me lembro, a primeira pessoa a vir a mim com esse assunto foi o Raoni, lembro que fui a casa dele e agente tava ouvindo musica e começamos a falar de mulher como todo garoto de 13 ou 14 falam e ele me veio com a idéia de que se você é um 3 (acho que era eu na época) você pode pegar no máximo uma 5... Quem é três, não pega uma sete, é impossível, você arredonda então as mina de 4 a 5 estão disponível (não lembro qual era o nosso critério de nota antigamente), o que pra um adolescente é frustrante.

Mas quando se é adulto essa regrinha boba ao meu ver ainda parece valer... Claro que não nas mesmas circunstâncias e nem pelos mesmos motivos (Creio eu!!!), mas as coisas se tornam mais subjetivas você já não mede na lista e nem lembra o quanto você vale o que acontece é simplesmente:

- "Brother, você viu aquela mina véio.... Negão que linda, você viu o tamanho dos peitos dela, Putz!!!
- "Claro que vi véio! E ai ela é que semestre?"
- "Acho que ela tá no oitavo."
- "É e deve ter namorado, uma mina daquela só pode ter namorado."
- "Linda do jeito que ela é... você viu as covinhas dela? Aquilo não é normal."
- "O namorado dela ou é rico ou da dois da gente."
- "É... -viram as costas- Aula daquela vaca agora né?

Não me recordo das incontáveis vezes que isso aconteceu e olhe que eu já tenho 22... Quando eu era mais novo achava que auto-confiança se crescia junto com a idade (bem, ou eu não cresci ou tem alguma coisa de errado).
O foda é que nem tentamos!!! Antes de qualquer coisa colocamos diversos empecilhos (namorado ou condição financeira dela ou dele), tá convenhamos que em 90% das vezes estamos corretos, mas porra!!!

Sem contar nos infinitos defeitos... ela deve ser patricinha, ou piriguete, ou sei lá.
Estigmas sociais são fodas tá tudo muito encrustado, o que nos leva a cegueira facilmente.
Poxa, de repente ela não tem namorado porque é possivel que o namorado dela tenha sido um bosta, não é "riquinha", é possivel que ela tenha visão de futuro.

Na verdade tudo é possivel.

Mas nada do que eu escrevi responde essa pergunta.

Será que um 5 pode pegar uma 10?

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Não faça comentarios!

Eu estudo psicologia a mais tempo do que me entendo por gente. O que de certa forma é um erro.
Não consigo entender como pessoas se toleram, como a maldade a cobiça e a mesquinharia conseguem tomar um grande espaço no cotidiano e nada é feito para derruba-las.
A cada vez que eu leio algo relacionado a relacionamento humano, eu só sinto falsidade (quase uma utopia) eu sinto que na verdade acreditar, esta me deixando triste.
Eu sou uma pessoa não convencional, eu sou um homem que foge dos padrões de ser homem, como as pessoas (homens ou mulheres) desejam que eu seja, eu sou sentimental demais, eu me importo demais, eu vivo aquilo que eu acredito, eu tento ao máximo minimizar os padrões e as conversões de meu pensamento, para que eles não entrem na obscuridade que é necessária para ver as coisas como são.
Mas tudo isso parece ser perda de tempo, pois quando olho em mim, só vejo amargura, desespero, condescendencia, julgamentos, eu não sinto mais o que a exatamente um ano eu sentia, o qual a dois anos atrás eu idealizava.
Eu to correndo atrás de incertezas de evoluções de vida que emergem do seio do capitalismo.
Nada faz mais sentido... Rogers, não faz mais sentido.
Não me vejo mais com trinta anos.. HAHAHAHAHAHAHAH
Eu nem me vejo com 22...
Aquilo que eu tento e prezo já não tem o mesmo significado.
Um filho... Era tudo pra mim... E agora não passa mais de uma ilusão fortemente vista por um sonhador.
Essa angustia intermitente, não passa, nada é como eu gostaria que fosse, eu não ando me atendo as coisas que tenho, sempre desejando algo que não posso ter, hoje o significado disso é minha (...) antes eu a tinha, mas foi tudo da boca pra fora, eu falava de uma maneira e agia de outra. meu coração dizia uma e minha cabeça outra. E agora eu sou só um monte de livros a serem lidos, resolvidos entre as incógnitas de uma equação de 1º grau.
Eu estou só, preso em um "erro cíclico de redundância". Como é que eu futuro psicólogo dentro desse caos posso me ajudar, como entre toda a discrepancia do que eu penso e de como as coisas são eu posso encontrar a calmaria de uma certeza de que pode não ser errado.
De morrer ouvindo "Summer Overture" numa batida de carro, ou indo pra faculdade, ou indo pra Porto Seguro.
De amar tanto as coisas através das pessoas e ser só "admirado"... pensando assim... qual foi a ultima vez que eu ouvi de alguém, sem brincadeiras no contexto, olhando em meus olhos dizendo... Gu, Te amo.
Eu ao longo do ultimo ano tenho perdido a fé em mim... ando fazendo coisas das quais não me orgulho, pois "Não sou mais o que eu quero, mas sim o que eu preciso."

Porque as coisas simplesmente não voltam a fazer sentido?