terça-feira, 23 de outubro de 2012

Yuna

Meu testamento à você que daqui a pouco tempo vai enfeitar meu mundo, me deixar um pouco mais careca não quero dizer que não estarei perto de você, mas caso eu esteja longe por qualquer motivo e você não souber o que fazer ou pra onde ir, leia-o talvez fará algum sentido e quando eu voltar poderemos conversar sobre...

Yuna,

Se alimente bem... Não deixe nada no prato... Pra que cresça forte e saudável.
Tome banho... Todos os dias... E aqueça bem o corpo.
E não durma muito tarde... Tenha boas noites de sono.
E também faça muitos amigos. Se bem que não precisa ser muitos... Podem ser poucos, mas amigos em que possa confiar de verdade.
E estude... Seu pai nunca foi bom nisso, mas seja esforçado no estudo e na prática da sua futura profissão... Mas claro, todo mundo tem uma habilidade numas coisas e em outras , não... Por isso... Não precisa ficar triste... Se não se der bem em algo.
Na escola respeite seus professores e principalmente, respeite os mais velhos.
Ah, e uma coisa importante... Sobre os três vícios do ser humano.
Primeiro tome cuidado com o "dinheiro"... O que receber de grana poupe para garantir seu futuro.
E a bebida, só depois dos 18 viu? E não exagere para não fazer mal a sua saúde!
E o terceiro vício mais problemático de todos "os homens", como seu pai é um homem, não sei bem o que acontece com vocês mulheres, mas o certo é que fatalmente, um dia, você vai se interessar por alguém... Mas cuide para não cair na lábia de "umzinho" qualquer.
Yuna, eu sei que você vai passar por muito sofrimento, mas seja forte!
Tenha sonhos e coragem para realizá-los. 


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Conversa de botas batidas




Gostar de alguém deveria ser simples... e até o é quando ambos abrem as portas para deixar o sentimento entrar.
Mas é estranho não ligar por não querer incomodar, ou porque ela(e) está no trabalho, academia ou em qualquer outro lugar que se auto denomine "não posso atrapalhar".
Porquê ficou tão clichê querer apenas ouvir a voz do outro!
E porque diabos o outro parece não mostrar a importância para minha angustia de apenas querer ouvir a sua voz.
Nessa ultima frase acabo por cair no dilema da contemporaneidade uma vez que, como diria Baulman essa falta de solidez na atual sociedade da um caráter liquido aos sentimentos que antes eram ditos como "divisores de águas", digo divisores porque amar alguém a décadas atrás era sinônimo de mudanças drásticas na vida do sujeito que sente-se desse jeito, contudo apesar de haver uma mudança na contemporaneidade ela vem de maneira a deturpar os sentimentos que causaram essa mudança..
Não sei se me faço entender, essa minha angustia pode até não possuir pé ou cabeça, mas me angustia sentir a vontade de ligar para o outro no fundo do meu coração varias vezes ao dia e sentir na voz do outro um menosprezo pela minha capacidade de não conseguir esconder o que sinto.
Já é muito difícil gostar de alguém com tanta propriedade nesses tempos que soam como "vapor barato", imagina agora o quanto é difícil demonstrar 100% dos seus sentimentos de forma unica, congruente e genuína e se sentir frustrado por não conseguir sentir receptividade no outro, apenas questionamentos.
Rogers vem chamar isso de empatia (de aceitar incondicionalmente o outro).
E estar casado não diminui essa sensação, pelo contrario!
Sinto que quero estar com ela o tempo todo, quero sentir seu cheiro, ver seu sorriso, alisar sua barriga, admirar sua capacidade de ser imperfeita e de ser tudo que eu quero pra mim, até me questiono se meu casamento não está seguindo um rumo oposto ao que eu deveria sentir. Entretanto ela ri e tudo volta a estar certo.
Semana passada tive a oportunidade de assistir um filme com Keira Knightely e Steve Carrel o filme se chama: procura-se um amigo para o fim do mundo.
A humanidade está fadada a morte, uma vez que todos os esforços dos governos para parar um meteoro que está em rota de colisão com a terra são falhos. E daí surge uma dinâmica que as vezes é monótona, mas super interessante, Steve Carrel quer re-encontrar o seu amor de colégio e Keira deseja rever sua familia em Londres (o filme se passa nos EUA).
O filme deixa uma pergunta que tantas vezes foi lançada, por tantas vezes, no nosso cotidiano.
O que você faria se o mundo acabasse amanhã?
Tantas respostas surgirão...
Tantas...
E essa inquietude oriunda dessa pergunta é o que levou a mim, entender o que eu quero para minha vida.

Quero correr pelado!
Quero fazer amor sob a luz das estrelas.
Quero participar de um grupo psico-terapêutico.
Quero praticar exercicio físico até me sentir exausto.
Quero rebolar vendo o por-do-sol.
Quero namorar embaixo da árvore!
Quero fazer seu nome na areia!
Quero escrever um livro!

Mas, o principal é que eu quero tudo isso com alguém que sorria das minhas bobagens, que entenda minha irritação, que me aceite com minha barriga de cerveja, com as minhas pernas finas, com minha barba por fazer. Quero que ela se apaixone como "eu", que se apaixone por uma ilusão daquilo que sou e me ame pelo meu olhar, por minha expressão de não entender o que ela quer dizer, por não conseguir fazer duas coisas ao mesmo tempo.
Na verdade já estou errado! Ela não precisa se apaixonar como eu.

Ela só precisa, querer ir até o fim do mundo comigo.


Ps: Post feito através da conversa com um amigo que tentou me demonstrar sua angustia.