O mundo não é o bastante

Estava hoje mo mercadinho, quando vi algo se mexendo nos matos em frente, daí vejo quatro perninhas, ou melhor, quatro patas se mexendo no meio dos matos, pelos movimentos a provável criatura estava se coçando ao me colocar de pé reconheço esse animal como um cavalo, não era nenhum garanhão, pelo contrario era um cavalo de beira de porteira.
Ele veio andando e reparei que um de seus olhos era cinza, foi quando perguntei ao açougueiro do mercado e ele me respondeu que ao bater nos cavalos alguns batiam em seu rosto e muitas vezes em seus olhos...

Há uns dias atrás apareceu um cachorro muito parecido com o Buck, só que ele era magro e de má aparência, bebendo água da lama, eu entrei peguei um vaso de água no qual eu bebo e tentei oferecer a ele, entretanto cada vez que eu chegava perto o mesmo se afastava mudei de abordagem e peguei ração, mas deu no mesmo...

Hoje, lembrei da aula de Behaviorismo e estímulos aversivos... Ler sobre experimentos em sujeitos experimentais (leia ratos), ver que aplicavam choque neles para que emitissem uma resposta e que controlavam sua comida e sua água (como eu muitas vezes o fiz) esse controle de contingências me enoja. Uma vida seja de que espécie for (barata, rato, aranha, cobra, cavalo) valem mais que a minha... ?

Mas que porra de homem eu sou que me sujeito a ver isso, que MERDA!

Eu não sou melhor que nenhum deles, minha vida não é mais valiosa.

Achamos-nos seres superiores, porque raciocinamos, mas somos tão primitivos, somos tão inconseqüentes e irresponsáveis, com nossa atitude. Skinner diz que: descontamos nossos medos e frustrações em quem não pode se defender deles, porque não podemos descontar ou devolver naqueles que nos fizeram mal.

Eu não quero viver assim, esse inferno em vida que me consome com total e absoluta certeza, eu não quero morrer assim.

“Jean Paul Sartre diz que: ‘Nada diz que um abismo separa os macacos superiores de uma criatura humana’. E Churchill completa: ‘Eu gosto de porcos, porque os gatos nos olham de cima os cachorros nos olham de baixo e os porcos nos olham de igual para igual.’ ”