Salvador

Foi em Salvador que eu me senti na transição de ser menino para ser homem...

A cidade me proporcionou coisas belas, coisas que jamais consegui ver fora de lá .

Eu tive oportunidade de conviver com patricinhas donas de metade da cidade, de conviver com socialistas , tive a oportunidade de conhecer meus primos que são pessoas do caralho.

De namorar, de piriguetar, de ficar com uma mulher bem mais velha que eu.

De estudar muito, de ver como as coisas funcionam na cidade grande.

Tive a oportunidade de ser contemplado a namorar uma garota que naquele tempo possuía um coração do kct, algo que jamais tinha visto antes, ela é o que Rogers chamaria de Pessoa no sentido mais literal.

Eu tive tudo isso numa cidade repleta de prazeres e desgostos, tive novos amigos, tive novas companhias com velhos amigos e principalmente eu tive velhos amigos em novos lugares.

Eu sou demasiadamente grato por tudo que Salvador me deu por tudo que ela me proporcionou... e se eu pudesse eu voltava pra ela, como num passe de mágica.

Mas o que eu realmente sinto falta de Salvador é olhar para os prédios e ter uma sensação que eu não sei explicar. Seria como sentir um inebriante cheiro e se sentir tomado por uma luxuria, que vem acometida de gula, na maior irresponsabilidade de ser quem se é... Ou qualquer coisa que se aproxime disso.

Sinto muita falta dos prédios assim como sinto falta de estar num bar bebendo olhando pra esses gigantes de pedra e perdendo-me no imaginavel mundo de ser quem verdadeiramente eu sou.